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Estatísticas do motociclismo para 2008

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Mensagem por edgar Seg 14 Jan 2008, 19:06

Estatísticas do motociclismo para 2008

14 de Janeiro de 2008



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Elthon Charles Correa

Andei pesquisando sobre acidentes envolvendo motociclistas e encontrei diversos estudos realizados, em sua maioria, nas universidades brasileiras. Ao final da investida, três trabalhos em especial me chamaram a atenção: as pesquisas feitas pela equipe da Epidemiologia da UnB, encabeçadas por Luciano Farage, as desenvolvidas por Maria Sumie Koizumi, da Escola de Enfermagem da USP, e as de Eurico Roberto Willemann, da UFSC.

Vou tentar condensar e resumir o que li nesses trabalhos. Segundo dados do Denatran (Departamento Nacional de Trânsito), Abraciclo (Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicleta) e Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores), a frota brasileira de motocicletas ultrapassou a casa de 11 milhões de unidades ao final de 2007.

Os registros oficiais de acidentes de trânsito mostram que, desde o ano de 2000, cerca de 9% das motos em circulação envolvem-se anualmente em algum tipo de acidente e que cerca de 2% envolvem-se em acidentes com vítimas — entende-se aqui por vítimas aqueles casos fatais ou os que requerem internação em estabelecimento hospitalar por, no mínimo, 24 horas; tanto do piloto quanto de garupa ou de terceiros.

Os dados mostram também que, anualmente, ocorre um caso de morte por acidente motociclístico para cada 600 motos em circulação. Fazendo umas contas rápidas, chego à conclusão de que neste ano teremos nada mais, nada menos do que cerca de 1 milhão de acidentes de trânsito envolvendo motocicletas no Brasil, os quais causarão cerca de 214.000 internações e cerca de 18.000 óbitos.

Com base nos pesquisadores citados, o perfil histórico desses acidentados é o seguinte:

- 87% são do sexo masculino;
- 86% estão situados abaixo dos 40 anos de idade, sendo que 63% têm entre 18 e 24 anos e 4% estão abaixo dos 18 anos;
- 16% são garupas.

Quanto às motos envolvidas nos acidentes:

- 85% são de até 125cc;
- 11% são de 125cc a 200cc;
- 4% são acima de 200cc;
- 53% têm até 3 anos de uso;
- 47% têm acima de 3 anos de uso.


Ainda com base nos dados apresentados, as circunstâncias dos acidentes serão as seguintes:

- 24% dos acidentados estarão alcoolizados;
- 77% dos acidentes ocorrerão durante o dia, sem chuva;
- 28% dos acidentados não estarão usando capacete.

Como já foi dito, esses acidentes provocarão mais de 214 mil internações e mais de 18 mil óbitos, sendo que cerca de oito mil dessas mortes serão instantâneas, outras sete mil ocorrerão dentro das 24 horas seguintes ao acidente e o restante, em até 72 horas após o acidente.

A maioria dessas mortes, cerca de 95%, terá como causa o trauma encéfalo-craneano. (TEC*): *Andreoli et al (1990, p. 693) relata que as forças de aceleração-desaceleração recebidas no momento do impacto causam a maior parte das lesões cerebrais produzidas no traumatismo crânio-encefálico fechado.

Quando, por exemplo, devido à aceleração anterógrada, a cabeça se choca no painel imóvel do carro em alta velocidade, a inércia leva o cérebro gelatinoso para frente, lesando as estruturas tanto sobre o ponto da lesão quanto do pólo oposto, a 180 graus de distância (contra-golpe).

Nestas circunstâncias, a presença ou ausência de uma fratura é relativamente irrelevante; o que conta contra o paciente é o grau com que as forças implosivas-explosivas produziram a lesão capilar e neuronal no cérebro (lesão de pequenos vasos e nervos), resultante dos intensos movimentos rotacionais no momento do traumatismo, e quanto da substância branca sofreu cisalhamento.

As internações terão como causas as seguintes lesões, decorrentes dos acidentes motociclísticos:

- Membros inferiores e pelve: 30,00%;
- Cabeça: 21,50%;
- Membros superiores: 12,00%;
- Face: 10,70%;
- Abdômen: 4,50%;
- Tórax: 2,00%;
- Coluna e pescoço: 1,50%;
- Outras lesões: 17,80%.

No entanto, cerca de 40% das vítimas desses acidentes motociclísticos apresentarão um quadro de múltiplas lesões (cabeça, membros, coluna, etc). E o interessante é que cerca de 46% das pessoas que tiveram lesões na cabeça "estariam usando capacetes".

Um pouco mais acima, relato que cerca de 28% das vítimas de acidentes com moto não estarão usando capacete, aproximadamente umas 60.000 pessoas. Logo, teremos umas 160.000 pessoas acidentadas usando capacete.

Ao analisarem as estatísticas de motociclistas mortos (TEC) com e sem capacete, os pesquisadores notaram um dado interessante: as diferenças entre o número de mortos é inferior a 1%, o que me leva a concluir que:

1º - dependendo do impacto, da violência do choque, o uso ou não do capacete não faz diferença;

2º - em 2008 irão morrer vitimadas por TEC, instantaneamente ou nas 72 horas que se seguirem ao acidente, cerca de 8.400 motociclistas sem capacete e 8.000 motociclistas com capacete;

3º - considerando que o número de pessoas que se envolve em acidentes estando de capacete é muito superior ao dos que não o usavam, concluo que usar o capacete é quase 300% mais seguro que não o usar.

Outro fato interessante observado nas pesquisas estudadas foi a comprovação de que a ocorrência de trauma facial (principalmente fraturas nas mandíbulas, destruição de tecidos moles e perda de dentes) é cerca de dez vezes maior quando se sofre um acidente motociclístico sem capacete ou usando-o inadequadamente.

Outro detalhe igualmente curioso é que, entre os motoboys, a ocorrência de trauma facial em acidentes é de cerca de 50%, o que denota o não uso ou o uso inadequado do capacete.

Voltando até o item 1 logo acima, ironicamente concluo que, se falecer em um acidente de moto por conseqüência de TEC, usando capacete pelo menos o meu rosto estará preservado para fazer “boa figura no caixão”.

Mas chega de falar de mortes e de mortos; vou falar agora dos sobreviventes. Depois de um período de internação que poderá variar, segundo as estatísticas de seis a 118 dias, o sobrevivente de um acidente motociclístico terá pela frente um período de recuperação que irá variar de um a seis meses, podendo, no entanto, chegar a ultrapassar os 18 meses nos casos mais graves.

Em muitos casos, no entanto, a recuperação não é total: em 16% dos casos as vítimas de acidentes de moto guardam seqüelas que as tornam inválidas temporariamente, sendo afastadas da vida laborial por um período que, em média, dura seis meses. E 5% dessas vítimas tornam-se inválidas permanentes.

Sendo assim, além dos 18 mil mortos em acidentes motociclísticos previstos para 2008, teremos ainda cerca de 36 mil pessoas que se verão incapacitadas de trabalhar por um bom período e outras 11 mil que nunca mais poderão andar.

Se considerarmos que 67% dos envolvidos em acidentes de moto ainda não atingiram os 24 anos de idade, no ano de 2008 veremos, com muita tristeza, cerca de 7.000 jovens condenados a passar os próximos 10, 20, 40 anos presos a uma cama ou a uma cadeira de rodas.

Caríssimos, perdoem-me por nesse início de ano expô-los à crueza das estatísticas. Mas assim o fiz porque os estimo muito! Um abraço a todos e lembrem-se: basta a menor distração, o menor descuido, para nos tornarmos parte dessas trágicas estatísticas.

O “motonauta” Elthon Charles Correa participou do Moto Repórter, canal de jornalismo participativo do MOTO.com.br
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Fonte:
Moto Repórter
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Mensagem por BlackBandit Seg 14 Jan 2008, 22:14

Caraio... belo texto.

A motoboyzada tá puxando pra cima os problemas com motoqueiro... Suspect

Uma pena que a gente tenha que pagar por isso...

Abs
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Mensagem por Convidad Seg 14 Jan 2008, 23:08

cara..... ainda nem comprei a moto e leio isso..... to meio traumatizado..... tenho 24.... faixa de idade correspondente..... entre 1 a 3 anos com a moto.... moto até 125cc.... to lascado!! acho q vou andar de carro por mais algum tempo... Shocked

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Mensagem por Franco Ter 15 Jan 2008, 09:18

Caovila escreveu:cara..... ainda nem comprei a moto e leio isso..... to meio traumatizado..... tenho 24.... faixa de idade correspondente..... entre 1 a 3 anos com a moto.... moto até 125cc.... to lascado!! acho q vou andar de carro por mais algum tempo... Shocked

cara vc so vai fazer parte da estatistica se quizer, pode ter ctza!
Muitos caras vao querer acelerar do seu lado, brincar onde nao se deve...ninguem perde por andar tranquilo, logico todo mundo tem seus 2 minutos de besteira e é ai que fazemos merda, mas temos que nos controlar e nao deixar que coisas bestas influenciem nossos destinos!

Este texto é show, se todo mundo ler isso vao comecar a se cuidar um pouco mais, logico que sempre terao os que dirao: "QUERO MAIS É QUE SE F@#%¨!"
esses sempre irao existir, o interessante é nao fazer parte deste grupo!
Franco
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Mensagem por Convidad Ter 15 Jan 2008, 11:14

Franco escreveu:
Caovila escreveu:cara..... ainda nem comprei a moto e leio isso..... to meio traumatizado..... tenho 24.... faixa de idade correspondente..... entre 1 a 3 anos com a moto.... moto até 125cc.... to lascado!! acho q vou andar de carro por mais algum tempo... Shocked

cara vc so vai fazer parte da estatistica se quizer, pode ter ctza!
Muitos caras vao querer acelerar do seu lado, brincar onde nao se deve...ninguem perde por andar tranquilo, logico todo mundo tem seus 2 minutos de besteira e é ai que fazemos merda, mas temos que nos controlar e nao deixar que coisas bestas influenciem nossos destinos!

Este texto é show, se todo mundo ler isso vao comecar a se cuidar um pouco mais, logico que sempre terao os que dirao: "QUERO MAIS É QUE SE F@#%¨!"
esses sempre irao existir, o interessante é nao fazer parte deste grupo!

Eu ando de moto desde os 15. Levava uma base de 1 a 2 tombos por ano até os 28 anos com motos de 125 a 250cc. Daí levei um tombão com uma RD350 e passei 10 anos sem andar de moto. Voltei a andar de moto com 38 anos , de 400 , 600 e agora na minha segunda 1200. Nunca mais levei nenhum tombo. E não sou de andar devagar, mas sei onde posso acelerar (e não é no corredor entre os carros). Acho que porque tenho mais juízo hoje , mas também pela maior segurança da moto maior , freia mais rápido e acelera para se livrar de possíveis fechadas e motoristas malucos. Ano passado andei 3 meses de 125 , e sei porque ocorrem tantos acidentes. As motos pequenas tem que ser conduzidas com mais cuidado , olhando sempre pelo retrovisor e respeitando os limites da mesma. Também requer certa habilidade para se livrar de fechadas e prensadas , principalmente de caminhões e ônibus. Coisa que eu não fazia aos 20 e poucos anos e nenhum dos jovens de hoje faz também. Mas no meu tempo o trânsito era menos agressivo. Talvez por isso eu esteja aqui hoje , e não tenha virado estatística. Cool

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Mensagem por edgar Ter 15 Jan 2008, 11:20

Caovila escreveu:cara..... ainda nem comprei a moto e leio isso..... to meio traumatizado..... tenho 24.... faixa de idade correspondente..... entre 1 a 3 anos com a moto.... moto até 125cc.... to lascado!! acho q vou andar de carro por mais algum tempo... Shocked



hahahahahahahha!!!!

se fosse pensar assim não teria mais nenhum motociclista acima de 30 !!!!

isso foi apenas para ilustrar o que significa o aumento de acidentes por conta dos motoboys que andam por ai sem pensar em nada, deveriam mudar o espirito competitivo de maior velocidade para o de menor acidentes.

ouvi em uma reportagem na tv, nao encontrei para postar aki, mas que existe uma lei que NAO PEGOU, mas que depois dessa safra de acidentes com motos de pequeno porte nas estradas no fim de ano, de proibir motos abaixo de 200 cc de pegar rodovias vai ser novamente colocada em prática.
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Mensagem por Convidado Ter 15 Jan 2008, 11:41

tu-barao escreveu:
Eu ando de moto desde os 15. Levava uma base de 1 a 2 tombos por ano até os 28 anos com motos de 125 a 250cc. Daí levei um tombão com uma RD350 e passei 10 anos sem andar de moto. Voltei a andar de moto com 38 anos , de 400 , 600 e agora na minha segunda 1200. Nunca mais levei nenhum tombo. E não sou de andar devagar, mas sei onde posso acelerar (e não é no corredor entre os carros). Acho que porque tenho mais juízo hoje , mas também pela maior segurança da moto maior , freia mais rápido e acelera para se livrar de possíveis fechadas e motoristas malucos. Ano passado andei 3 meses de 125 , e sei porque ocorrem tantos acidentes. As motos pequenas tem que ser conduzidas com mais cuidado , olhando sempre pelo retrovisor e respeitando os limites da mesma. Também requer certa habilidade para se livrar de fechadas e prensadas , principalmente de caminhões e ônibus. Coisa que eu não fazia aos 20 e poucos anos e nenhum dos jovens de hoje faz também. Mas no meu tempo o trânsito era menos agressivo. Talvez por isso eu esteja aqui hoje , e não tenha virado estatística. Cool

Eu tbm comecei a andar com 15 anos, comecei numa CB 400 II, passei p/RD 350, DT 180, DT 200, fiquei uns 3 anos sem andar, peguei uma Titan, depois uma CBX 750, fui p/ o Japão, peguei R-6 e depois Haya, e agora tenho uma Yamaha XJ-600.
Advinha qual moto levei mais tombo? Com a Titan! Eu tinha 19 anos, e ao contrário das anteriores, essa eu achava que dominava (surfava, empinava, andava na areia fofa da praia, etc), e justamente ela me deu 2 tombos que juntos devem ter me deixado umas 3 semanas de molho.
O perigo é, como vc disse, ultrapassarmos nossos limites. Em moto pequena, a gente acha que pode tudo, e não é bem assim. Moto grande a gente acelera mais, mas respeita muito mais também (nunca caí com nenhuma das grandes).
Sem contar que moto pequena vibra em qualquer buraco, e os motoristas não respeitam.

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