Fim do Autódromo de Curitiba?

Pelo jeito, vamos ter em breve menos um lugar seguro para andar...

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O fim do autódromo de Curitiba: será enfim a “gota d’água” para o automobilismo nacional?
Por Gustavo Coelho | Mundo Motor – ter, 25 de jun de 2013 03:03 BRT


A notícia saiu nesta segunda-feira no blog do colega Rodrigo Mattar: o autódromo de Curitiba, um dos mais antigos e tradicionais do país, será desativado a partir de 2015 para dar lugar a uma construção de condomínios residenciais. Não vai sobrar nada. Nem o kartódromo que fica ao lado do circuito continuará por ali.

E daí, você pode pensar. O Brasil passando aí por uma revolução nas ruas e o cara preocupado com uma pistinha lá no Paraná. E daí?

E daí que não é só uma pistinha no Paraná. O autódromo de Curitiba é bem mais do que isso. Com exceção de Interlagos, é o único circuito em todo o país que (ainda) conta com altos padrões de segurança e estrutura, num nível capaz de sediar categorias internacionais. Bem, pelo menos era isso o que Curitiba conseguia fazer até o ano passado, o último em que o Mundial de Turismo passou pelo circuito. Em 2013, a etapa foi cancelada. Era o começo do fim para o autódromo.

A área onde a pista está compreende um espaço de 657 mil metros quadrados - algo bem grande, portanto. Aparentemente, manter um autódromo ali deixou de ser interessante. Curitiba vai seguir o mesmo destino de Jacarepaguá no Rio de Janeiro e perderá a batalha para a expansão urbana, muito embora o terreno do circuito esteja longe de ser o único disponível para construções por lá.

É triste. É chato. Mas era inevitável? Talvez não. O autódromo só teve seu destino selado diante da absoluta decadência que se abateu sobre o automobilismo nacional nos últimos anos. Seu fechamento nada mais é do que mais um capítulo desanimador numa história que caminha para um futuro incerto e pouco promissor.

Depois da morte de Ayrton Senna, o esporte a motor nacional foi abalado de uma forma que nunca conseguiu se recuperar. Muita gente deixou de se interessar pelas corridas por causa da ausência de Senna. Ainda assim, sobrou uma legião considerável de fãs - que, aos pouquinhos, vai envelhecendo e pouco se renova. O público abaixo dos 30 anos é bem mais reduzido. E isso não se explica somente pela falta de brasileiros ganhando na Fórmula 1.

O buraco é bem mais fundo. O ciclo é bem mais vicioso. As categorias de base brasileiras foram morrendo e, com elas, desaparecendo os jovens pilotos, as empresas que ainda investiam no esporte e todos os demais campeonatos independentes que se sustentavam por aí. A cultura do fã de automobilismo - do cara que levava o filho ao autódromo para assistir a uma Fórmula Chevrolet, a uma Copa Clio ou a qualquer coisa que seja - também foi pelo mesmo caminho. Agora, o exemplo mais flagrante desse lamentável processo é o sumiço dos autódromos: Jacarepaguá já foi enterrado, Curitiba segue pelo mesmo destino e outros circuitos, como Goiânia e Brasília, sobrevivem com óbvios problemas estruturais.

Sobra só Interlagos - que, para continuar com a Fórmula 1, precisará passar por uma ampla reforma em poucos anos. Será um projeto caro e que precisaria ser pago pela prefeitura de São Paulo. E será mesmo? Depois de toda a revolta que se viu com os estádios da Copa, é provável que os administradores paulistanos pensem duas vezes na hora de investir alguns milhões na reforma de seu circuito...

O automobilismo brasileiro é hoje um esporte sem perspectiva. Sem fortes incentivos, lideranças marcantes e sem... futuro. Quem será capaz de reverter essa situação? Será que ainda dá para virar o jogo?

Vinte centavos foram o suficiente para causar a "gota d'água" que pôs fogo no país. O automobilismo - como qualquer outro esporte - é irrelevante perto de causas básicas como saúde, educação e transporte. Mas, apesar disso, bem que merecia algum tipo de "revolução" também. Nunca é tarde para tentar mudar o que está indo na direção errada.

Tomara que o fim do autódromo de Curitiba possa ser essa "gota d'água" para o automobilismo nacional. Se não for, que eleve ao menos o nível de insatisfação para que a "revolução" fique mais próxima. O esporte a motor do Brasil precisa disso. De uma mudança brusca, uma chacoalhada... qualquer coisa que possa tentar mudar esse atual panorama desalentador.

Do jeito que está, não há muito futuro. Jacarepaguá já foi, Curitiba está indo... e, se alguma coisa acontecer a Interlagos, ver uma corrida de carros decente no Brasil só será possível pela televisão mesmo.

Recebo com muita tristeza essa notícia.



Infelizmente a demanda por espaço nas cidades é um problema real e iminente.

Mas não podemos resolver esse problema "espaço" criando um outro problema.

As "corridas" também são consideradas "esporte".

Diga-se de passagem, em um país que se diz incentivador do esporte, onde se constroem grandiosos estádios de futebol, ao custo exorbitante, fechar um autódromo é um crime.

INACEITÁVEL

Tbm estava triste, mas conforme essa materia não vai fechar não.... PARA NOSSA ALEGRIA

http://www.curitibaracing.com.br/2013/06/o-autodromo-de-curitiba-nao-vai-fechar.html